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Foto do escritorArq.Gabriel Noboru Ishida

MÓVEIS MOFANDO, O QUE FAZER?

Atualizado: 10 de out.



A umidade é um problema recorrente em muitas residências e pode causar sérios danos aos móveis, especialmente quando o ambiente não possui a devida proteção contra infiltrações. O primeiro tipo de umidade surge por infiltração através do telhado, das paredes laterais ou do baldrame. Em paredes externas e coberturas, o problema normalmente é a infiltração pela alvenaria, que pode variar desde grandes rachaduras que resultam em cascatas em dias de chuva até sutis percolações de água (processo de capilarização).


Essas infiltrações podem deixar marcas visíveis, como o acúmulo de sais, mais comumente compostos de cálcio, que são arrastados pela água e geram manchas brancas nas paredes, descolam a pintura e causam estufamento. Esses sinais indicam que a umidade está infiltrando lentamente e reagindo com os materiais da parede. Esse tipo de problema, apesar de desagradável, é relativamente simples (mas não necessariamente barato) de resolver com a aplicação de impermeabilizantes e vedação adequada das rachaduras.


O segundo tipo de umidade é mais complexo e acontece quando a umidade sobe pelas vigas baldrame. Esse fenômeno ocorre quando, na construção, não foi feita uma camada isolante entre o baldrame e a parede, permitindo que a umidade do solo suba e evapore pelas paredes. Esse ciclo contínuo mantém a umidade presente no ambiente, e é particularmente difícil de resolver, pois todas as paredes acabam transportando a umidade do chão, que geralmente é permanentemente úmido.


Em construções como sobrados ou apartamentos, esse tipo de problema é menos comum, pois esses imóveis são suspensos e possuem estruturas que bloqueiam essa passagem de umidade. No entanto, em casas térreas ou em construções mal isoladas, a umidade ascendente pode se tornar um problema persistente, causando danos estruturais e incentivando o crescimento de mofo, que afeta diretamente os móveis e outros objetos.


Este post não trata de problemas de construção civil relacionados à umidade, mas sim de uma forma de umidade invisível que afeta apartamentos, casas, carros, aviões e outros espaços fechados. Muitas pessoas não percebem que, além de exalarmos dióxido de carbono (CO2), liberamos também uma quantidade significativa de água pela respiração. Esse processo é um resultado do metabolismo celular, onde o corpo produz energia, liberando água como subproduto.


Parte dessa água é eliminada pelos rins na forma de urina, mas uma porção significativa é liberada através da respiração. Essa umidade expelida é a responsável por embaçar janelas de carros, trens, aviões, ônibus e até de ambientes internos nas residências, especialmente em locais mal ventilados ou quando há uma alta concentração de pessoas.



As paredes, por serem naturalmente frias, condensam a umidade presente no ar, algo fácil de observar em superfícies como vidros e azulejos de banheiros, mas menos óbvio em madeira, pintura de paredes, pisos e outros objetos. Esse problema se intensifica no inverno, quando a diferença de temperatura entre as superfícies e o ar ambiente faz com que a água se acumule mais rapidamente. No verão, a condensação ocorre com menos frequência, mas depende da umidade relativa do ar; em um ambiente saturado, a condensação pode ocorrer mesmo com temperaturas mais altas. Por isso, mesmo durante o verão, carros fechados e sem circulação de ar, especialmente com pessoas dentro, podem apresentar vidros embaçados.


Dentro de casa, a falta de circulação de ar é um grande vilão. Muitas pessoas dormem de portas fechadas, e, mesmo quando mantêm portas abertas, as dimensões e a configuração de algumas residências não são suficientes para promover a troca de ar necessária para controlar a umidade. Isso afeta diretamente guarda-roupas e móveis fechados, que acabam acumulando umidade quando expostos a ambientes onde há grande quantidade de vapor de água gerado pela respiração.


Essa umidade se condensa em todos os cantos e objetos, e, mesmo que eventualmente evapore, se as janelas e portas não forem abertas regularmente para permitir a secagem do ambiente, a umidade se acumula e se fixa. Isso cria um cenário ideal para a proliferação de fungos, que se espalham nas superfícies, especialmente em madeiras, que são substratos ideais para esses organismos. Fungos são decompositores naturais; na floresta, eles quebram troncos, galhos e até matéria animal, crescendo sobre terra e madeira. Eles não realizam fotossíntese, então "digerem" madeira e outros materiais orgânicos, alimentando-se deles e comprometendo a estrutura dos móveis.



Para resolver a umidade nos móveis, é essencial manter janelas e portas dos guarda-roupas abertas regularmente para permitir ventilação adequada. O uso de desumidificadores também é uma alternativa eficaz. Por outro lado, a instalação de grelhas nas portas dos móveis pode ser contraproducente, pois facilita a entrada de umidade, agravando o problema em vez de resolvê-lo.


Para quem aprecia uma explicação técnica, vale entender o conceito de pressão de vapor, que explica como a umidade se infiltra mesmo em espaços aparentemente fechados. Cada gás, incluindo vapor de água, possui sua própria pressão de vapor que funciona de maneira independente, semelhante ao ar se movendo em direção ao vácuo. Mesmo uma pequena fresta é suficiente para que a umidade externa entre no móvel, como se fosse atraída para dentro. Isso ocorre porque os gases se misturam até que o ambiente atinja um estado de equilíbrio homogêneo, o que também explica por que a fumaça se espalha em um ambiente fechado. Portanto, simplesmente fechar portas ou tentar selar o ambiente pode não ser efetivo para evitar a entrada de umidade.


Como resolver fungos e mofo nas paredes e móveis


Para tratar fungos e mofos em superfícies, um produto amplamente disponível, acessível e eficaz é o *hipoclorito de sódio*, encontrado em produtos como água sanitária (conhecida popularmente como “cândida”). Ele é eficiente na remoção de fungos, pois é capaz de eliminar esporos e manchas em superfícies diversas.


Instruções para Uso Seguro e Eficaz:


1. **Diluição Adequada**: Misture uma parte de água sanitária com três partes de água para criar uma solução eficiente e evitar o excesso de produto, que pode ser agressivo a certas superfícies.

2. **Aplicação**: Use um pano ou esponja para aplicar a solução sobre a área afetada, garantindo que a superfície esteja bem ventilada. No caso de paredes ou tetos, proteja o cabelo e utilize óculos e luvas para evitar contato direto.

3. **Tempo de Ação**: Deixe o produto agir por aproximadamente 15 minutos antes de enxaguar ou limpar com água limpa, garantindo que todo o resíduo seja removido. Isso ajuda a evitar o aparecimento de novas manchas.

4. **Precauções**: Evite o contato com tecidos ou superfícies que possam manchar, como roupas, tapetes, ou madeira delicada. Sempre teste uma pequena área antes de aplicar em uma superfície maior.


Alternativas Viáveis:


Para quem deseja algo menos agressivo ou mais específico, outros produtos como *Removedor de Mofo* (disponível em diversas marcas no mercado) ou soluções à base de *vinagre branco* também são opções. O vinagre é uma alternativa mais natural, mas não tão potente quanto o hipoclorito de sódio; ele é ideal para superfícies mais delicadas ou para quem prefere um método menos químico.


Limitações:


- O *hipoclorito de sódio* é eficaz, mas deve ser usado com cautela, pois pode ser corrosivo e não é recomendado para uso em metais ou tecidos.

- Produtos específicos para mofo podem ser mais caros e, em alguns casos, menos acessíveis que a água sanitária comum, mas oferecem a vantagem de serem formulados para não causar danos a superfícies mais sensíveis.


Para evitar a recorrência do mofo, é essencial garantir boa ventilação nos ambientes, abrir janelas e portas regularmente e, se possível, utilizar desumidificadores em áreas mais propensas a umidade, como banheiros e quartos.


Fonte das imagens: internet.

Texto por Arquiteto Gabriel Noboru Ishida - www.arkdesign.com.br



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