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MÓVEIS MOFANDO, O QUE FAZER?

Atualizado: 2 de jul. de 2020



A maioria das residências apresenta problemas de umidade.

Recomendo a leitura completa, pois o tema não é tão simples.

O primeiro tipo de umidade, é o que penetra a construção através do telhado, paredes laterais ou pelo baldrame. No caso de paredes externas e coberturas, basicamente o problema se reduz a infiltração através das alvenarias, podendo ser desde cascatas em dias de chuva por rachaduras enormes, até as sutis percolações de água (capilarização, transmissão pelo material da parede). No segundo caso, poderemos perceber a formação de sais geralmente arrastados pela água, mais comumente a base de cálcio (da composição das misturas de reboco, plastificante, cal) que geram manchas brancas, descolam pintura, e estufam a parede. Essas são relativamente fáceis de se resolver.

Ruim é quando a umidade sobe pelas vigas baldrame. Isso naturalmente não acontece na parte superior de sobrados ou em apartamentos, ou imóveis bem suspensos do piso. Quando na construção do imóvel não é criada a camada isolante entre baldrame e parede, a umidade sobe e evapora pelas paredes, mantendo esse ciclo como combustível de lamparina ou varetas de aromatizadores. Nesse caso, é muito difícil, custoso e trabalhoso resolver: basicamente porque todas as paredes transportam água do chão, em geral úmido, permanentemente.


Mas esse post não é para falar sobre estes casos que são problemas de construção civil.

É sobre a umidade invisível que quase ninguém sabe que existe, e ataca apartamentos, casas, carros, aviões...

Para podermos entender é necessário antes conhecermos o corpo humano. Da nossa respiração, não exalamos apenas CO2, como muitos pensam. Liberamos e muito, água, como resultado de metabolismo de açúcar no interior das células, para gerar energia. Essa água é em parte liberada pelos rins através da urina, e outra parte através da respiração. Essa respiração repleta de água é que embaça o vidro dos carros, trens, aviões, ônibus, metrôs e certamente, da sua casa.




As paredes, por serem frias, condensam a água – isso é fácil observar nos vidros e nos azulejos dos bwcs, mas não é tão óbvio na madeira e na pintura das paredes, lajes, pisos e objetos. O problema é maior no inverno, quando todos os objetos condensam muita água, mas no verão, dependendo da temperatura, isso não acontece tão facilmente. E digo tão facilmente porque vai depender da concentração de umidade relativa do ar. A saturação leva a condensação, mesmo que a temperatura não seja favorável. Por isso mesmo no verão, carros fechados podem embaçar, se ficarem muito tempo com gente dentro e janelas lacradas, sem troca de ar.


Em geral, as pessoas dormem de portas fechadas, ou mesmo que usem portas abertas, as dimensões de algumas casas não são suficientes para circular o ar a ponto de neutralizar a umidade relativa do ar nos dormitórios.

Resultado disso é que os guarda roupas são os mais afetados: ficam nos quartos, trancados, com casal exalando muita água no ambiente.


Essa água condensa, em todos os cantos e objetos, e pode evaporar depois. Porém, se não abre-se as portas no dia seguinte, se não se abre as janelas até secar as paredes e móveis, a umidade permanecerá agregada no ambiente, profundamente. E isso tornará o ambiente favorável à proliferação de fungos, que criam suas microraízes onde acharem viável. E as madeiras são seus substratos favoritos, obviamente, pois são decompositores e na floresta, os fungos digerem troncos galhos e animais, além de crescerem na terra. Sim, eles digerem, pois não fazem fotossíntese: eles comem madeiras e outros elementos orgânicos.



Por isso, se você quer resolver a umidade dos móveis, lembre-se de abrir as janelas e portas dos guarda roupas o suficiente, ou utilizar desumidificador. E implantar grelhas nas portas não vai ajudar em nada, só vai piorar pois a umidade vai entrar mais facilmente nos móveis.


E para quem gosta de ler detalhes técnicos adicionais, não adianta fechar as portas. Existe uma coisa chamada pressão de vapor, para cada composto atmosférico, que funciona semelhantemente ao ar com relação ao vácuo. Uma frestinha, aquele gás entra, como se não existissem os outros. Umidade por fora, entra na pressão, como se houvesse vácuo de água dentro do guarda roupa. Gases isoladamente tem pressões de vapor independentes, o que força o ar a se misturar até que tudo fique homogêneo. É por isso que a fumaça se dissipa.


Solução para tratar

O melhor produto para combater fungos em alvenarias, é água sanitária. Porém, observar diversos detalhes, por exemplo: não deixar pingar em nada, não manchar roupas cobertores, lençóis, sapatos... , usar luva, óculos, proteção para cabelos se usar na laje, ventilar o local, não aplicar em superfícies que a água sanitária possa degradar... em geral, bases alcalinas compostas por cálcio e semelhantes a pinturas brancas absorvem e ficam branquíssimas, sem degradação. Bom, isso é uma opinião particular, mas não podemos nos responsabilizar por suas aplicações, em nenhuma circunstância.


Em banheiros é mais fácil aplicar com um paninho úmido em “cândida”. Ela corroi e degrada todo traço de fungos e mofos; Então não sobra nada para a próxima reprodução dos bichinhos-planta. O preto verde e laranja somem, sobra o branco. Muito cuidado, e há outros produtos adequados, consulte um especialista. Não estou falando como especialista em limpeza contra fungos, mas como especialista em prevenção de umidade, arquiteto e marceneiro.

Ventile sempre os móveis, cuidado redobrado no frio, ventile o ambiente, troque as roupas de cama, abra gavetas, etc. Umidificadores de mercado só vão te fazer gastar muito dinheiro, pois qualquer volume atmosférico tem muita água. Ajudam muito, mas não resolvem.


Espero que seja útil esse conteúdo! Abraços a todos!


Fonte das imagens: internet.

Texto por Arquiteto Gabriel Noboru Ishida (11)999128929 - www.arkdesign.com.br



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