A Evolução do Projeto e da Computação Gráfica
A jornada da computação gráfica é, para muitos, quase como uma biografia pessoal, especialmente para aqueles que vivenciaram de perto o surgimento e a popularização dos computadores. Para mim, a história dos computadores se entrelaça com a minha própria, desde o momento em que, ainda criança, tive meu primeiro contato com pranchetas de desenho, réguas paralelas e toda a parafernália clássica da Trident.
Com a popularização dos computadores pessoais, descobri softwares como CorelDRAW e Photoshop, graças a meu irmão que já trabalhava com programação. Nos anos 90, conheci outros programas de desenho, como o Windows Paintbrush, um precursor do universo raster, que nos ensinou a trabalhar ao nível dos pixels, em um mundo de resoluções limitadas e cores reduzidas.
Na universidade, tive contato com o AutoCAD pela primeira vez na versão R14, que já contava com funções completas de projeto 2D e 3D. O software era um avanço significativo, mas ainda se baseava fortemente na tradição das pranchetas, com layers, penas e escalas. Ao longo dos anos, tecnologias paramétricas, como ArchiCAD (agora Revit), introduziram o conceito de BIM, proporcionando maior integração e controle nos projetos. No entanto, mesmo com essas ferramentas, o processo criativo e a tomada de decisões ainda eram responsabilidades do projetista.
Um Novo Mundo: A Inteligência Artificial
Com a chegada de inteligências artificiais como o DALL-E, da OpenAI, entramos em uma nova era. O DALL-E utiliza GPT-3, um modelo com 12 bilhões de parâmetros, para gerar imagens a partir de descrições textuais. O usuário pode digitar algo como “panda numa moto com bandana em uma pista ensolarada no oeste dos EUA”, e o programa cria a imagem do zero, interpretando as instruções como um artista faria.
Essa tecnologia é fascinante, mas também causa receio. A inteligência artificial deixou de ser apenas um conjunto de algoritmos e passou a interagir com os humanos de forma mais expressiva e natural. A OpenAI, empresa fundada por Elon Musk, Peter Thiel e outros investidores, tem como objetivo manter a inteligência artificial acessível e aberta, embora existam debates sobre o real controle e segurança dessas tecnologias.
O Futuro dos Arquitetos e Projetistas
O uso de inteligência artificial em projetos tem o potencial de transformar profundamente a profissão de arquitetos e designers. Softwares modernos prometem acelerar o processo criativo e permitir produções mais controladas e rápidas, mas, na prática, a realidade ainda é que muitos aspectos subjetivos e autorais dependem do projetista. Elementos como preferências pessoais do cliente e peculiaridades locais não são facilmente capturáveis por algoritmos, pelo menos não por enquanto.
É verdade que o avanço das ferramentas digitais pode levar à queda de alguns profissionais que se apoiam exclusivamente em renders fotorealistas para vender seus serviços. Esses renders, por mais belos que sejam, muitas vezes não refletem a viabilidade técnica ou financeira de um projeto. Para quem realmente entende a complexidade de criar algo que funcione no mundo real, a inteligência artificial ainda está longe de substituir por completo o papel do projetista.
Ilustração x Projeto Real
É comum confundir ilustrações digitais com projetos de verdade. Muitas imagens que vemos por aí são combinações de móveis pré-fabricados e objetos decorativos, que servem mais para vendas do que para planejamento técnico. Por outro lado, quando falamos de um projeto de marcenaria ou arquitetura sob medida, a precisão e a execução são fundamentais. Um bom projeto deve contemplar todos os detalhes técnicos e ser fiel à realidade na construção.
A ilustração pode ser bonita, mas, se não estiver acompanhada de especificações detalhadas e estudo técnico, é apenas uma representação visual e não um verdadeiro projeto. O design de interiores e arquitetura precisa considerar a estrutura, funcionalidade, custo e durabilidade dos materiais e elementos utilizados.
A Diferença entre Ilustração Digital e Projeto Real
É importante distinguir entre trabalhos que são essencialmente uma combinação de objetos prontos e aqueles que realmente incorporam design e planejamento. No caso da marcenaria personalizada, um bom projeto exige a criação de móveis que considerem aspectos como ventilação, montagem, e detalhes técnicos que correspondam com precisão à obra final.
Renders de qualidade não garantem que o projeto é exequível, e muitos "artistas" digitais apenas ajustam cenários predefinidos e objetos que já existem, criando uma falsa impressão de que há um planejamento detalhado por trás. Para quem busca qualidade e exclusividade, é essencial saber separar o que é decoração ilustrativa do que é realmente um projeto arquitetônico.
Considerações Finais
A tecnologia e a inteligência artificial certamente vieram para ficar e transformarão o setor de arquitetura e design. Contudo, a essência de um bom projeto ainda reside no conhecimento técnico, na capacidade de execução e no cuidado com os detalhes. Se você busca qualidade e um projeto verdadeiramente sob medida, escolha um profissional que compreenda a diferença entre ilustração e planejamento real.
Fonte das imagens: internet e geradores de imagem A.I.
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Texto por Arquiteto Gabriel Noboru Ishida - www.arkdesign.com.br
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