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O design das linhas mondrianicas

Atualizado: 2 de jul. de 2020


Se bem que Theo Van Doesburg (1883-1931) tenha sido igualmente importante, Mondrian tornou-se o mais famoso e consequentemente o principal teórico do neoplasticismo (ou DeStijl - “O Estilo”), e da arte integrada à matemática e proporções visuais – além de análises através da Gestalt como teoria da percepção. Esta vertente estética propõe divisões de percepção com pesos de áreas relacionados a cores de planos, como entidades em equilíbrio ou em desequilíbrio. Muitos quadros de Mondrian eram de certa forma estudos desse tema. É dele também a cadeira Rietveld, muito mais icônica que prática. As cúpulas de Brasília, que muitos julgam ter o mesmo tamanho, também são resultado desta abordagem perceptiva: elas tem pesos visuais iguais mas são diferentes em tamanho.

Apesar de ser um artista influente e suas teorias terem permeado a arquitetura e o design e artes, este não é exatamente o motivo que vemos tantas obras similares a seus trabalhos.


Neste e no século anterior, vimos a indústria química avançar em velocidade extraordinária, criando materiais e texturas, em conjunto com a engenharia de materiais. Estas áreas, antes do advento da computação gráfica, por si só já eram coerentes com relação a geometrias de linhas intrincadas – análises de elementos estruturais minerais e a própria indústria siderúrgica (através do metalon e outros perfis) liberou a criatividade dos arquitetos e designers.


O sentimento de alta tecnologia e construção de composites, está atualmente muito mais disseminado, porém foi o contexto modernista de Mondrian que levou à criação de mobiliários com linhas pretas e áreas coloridas.


Nos anos 70, que se seguiram como novo momento estável após a II Guerra Mundial, e a obra de Mondrian já estava estampada em roupas e mobiliários, permanecendo como vetor estético em alta ou em segundo plano pelas próximas décadas.

Atualmente a onda de cachepots em estruturas aramadas de aço e similares, não é nada mais que uma nova leitura “ecológica” do sistema estético mondrianico. Porém, ser tão familiare em voga sem parecer uma cópia é uma facilidade que os profissionais da área adotam sem critério.


Uma verdadeira releitura de Mondrian deveria levar em conta as cores das folhagens, o tamanho dos vasos, o tamanho das plantas. Mas isso é muito difícil (assim como seus quadros, aparentemente simplistas), e dessa forma, na prática, ninguém está medindo dentro da teoria gestaltiana, o peso psicológico das áreas coloridas...


Lembre-se: estantes aramadas com caixas não é novidade. Na verdade eram já bem conhecidas nos anos 60 e 70. São sim belas e aceitávisl, desejáveis, tendência. Mas nenhuma novidade. Arrisco até dizer que nos meios mais profundos dos conhecedores de arquitetura e design, isso seria brega. Mas não vamos chegar a tanto, pois somos seres humanos normais, onde o que é belo, simplesmente nos faz feliz, e isso é o que queremos, desejamos e aceitamos!




Fonte das imagens: internet.

Texto por Arquiteto Gabriel Noboru Ishida (11)999128929 - www.arkdesign.com.br






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